poema de natal
uma mulher dentro de uma
blusa de lã verde sentada numa
cadeira bastante danificada seus
óculos embaçados seu jeito de
pousar as mãos braços em cruz nos
ombros ela que pensa o que fazer
agora agora que terminou de ler um livro
muito muito bom balança o dedo mínimo
se consola a si suspira depois bufa para cima
levantando a franja dos cabelos em
deplorável estado o livro era muito muito
olha o livro fechado ao lado do
bolo de frutas intacto na mesa um copo já
pela metade de leite o vento calminho
do fim de tarde uma mosca solitária na
borda do copo ela que pensa ela que diz
fosse mínima feito tu
mosca
me jogava no afogamento por leite
* na campanha Poema Põe Mesa
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