lá em vem a cólera em busto e fogo

      


poema dedicado a Jovita Feitosa
       na série As Enterradas Vivas
   com curadoria de Ricardo Domeneck
   na Revista Modo de Usar & Co. 





canta mãe olha
a cólera e a cólera jovita
olha cá como o mato seco
lembra a pequena mania antônia veja só
vermelho que dá em tudo jovita olha
chumbo que dá nos dentes há hepáticas secas
do tempo que se conta há índios
negros do front
dum couro leve suave mãe
nada me vale para sempre
nada sensação para além do imperioso
guilherme olha antônia guilherme
desde agora
mãe
são nomes e cólera e couro suave eusébio
guilherme toma olha aqui
é de punhal é de fogo é de farda a fábula que
quero contar olha mãe
de couro suave amarrava os peito
sê lenda guilherme lembra eusébio em nada
eusébio mira o nada homem
fui ter com meu pedaço de nada
um tanto do tudo mãe
há quantas crianças cresci jovita
a cólera sim tece vivendeiras
cavalo branco trotando a preto
a farda o couro a ravina olha
cavalo filetado bendito ao vinho
mata bendita olha tanto da infantaria
postiça mata olha anna
comme des enfants
elegantes elefantes da origem fabulosa
segura anna olha o couro suave olha anna
escuta os anjos desde humaitá antônia
santos intrusos gritos vem e olha
jovita filha índia e asa de joana francesa
sonha e olha na prata o fogo Jovita e farda
idolatra e cheira pinta o mapa
ó pátria cuida olha suave o couro
voluntários da corda
acordados da pátria
jovita vê joana em chamas
olha o punhal guilherme queixa a ladainha
quela que te fiz amasiada bacamarte sorte
debaixo da lona uniforme
escuta antônia joana olha jovita mãe
é um couro duro suave
de passar faca de afiar voz mãe
é coral suave trêmula cantilena
eusébio olha cá o couro comendo
eusébio antônia é aceitável cólera
precisa amontoada bravura em sépia
conta os tons guilherme deu no jornal
joana chama em chamas há tons desde
eusébio cala-te caga e olha
eusébio olha o couro treme suave
atira homem acavala o ferro no ombro
assim e desta forma
atira mata o nada mira o meio
ao meio nada onde pode
o mapa dum tudo olha
meu primeiro tiro aos 12
matei pedaços de nada
toda aferro apenas e às penas para ser
nome de avenida querendo a nome fronteiriço

jovita há quantas chamas ouvia joana
olha escutava visões desde humaitá
lá em vem a cólera em busto e fogo
mãe
há tantas tranças chamava
humaitá
desde o chamado jornal do comércio ia
o mapa jovita o mapa há tantas fábulas
fogos punhal crianças anna
sargento símbolo primeiro jovita
o mapa nott

há quantas jovitas
olha mãe
quereria a honra para estrebuchar outras






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